Em época de
eleições, sempre afloram nas igrejas as mesmas questões: o crente deve se
envolver com política? Como votar corretamente? É ético fazer campanha para
algum candidato dentro da igreja? O líder pode indicar em quem os fiéis devem
votar? Como escolher o melhor candidato?
Não pretendo aqui
discorrer sobre todas as polêmicas criadas em torno do tema “O cristão e a
política”. Mas, como o dia da votação se aproxima, creio que alguns conselhos
sobre o assunto viriam em boa obra.
1.
Política é, sim, coisa pra cristão.
Muitos argumentam
que “a política é suja e por isso o crente deve manter distância dela”; mas por
que razão estamos neste mundo se não para sermos sal e luz em meio à
degradação? Não há nada novo debaixo do sol, disse o sábio rei Salomão. Basta
uma rápida olhada nas nações e impérios do mundo antigo para descobrir que
corrupção, ambição, propina, conchavos, falta de decoro, traições e jogos de
interesse sempre existiram.
É fato que existe
muita sujeira no meio político, mas isso não justifica que o cristão decida não
se envolver. Cruzar os braços e se omitir diante da injustiça social é pecado
(Tiago 4:17).
Cada servo de Deus
neste mundo é convocado para fazer diferença nesta geração, e isso é muito mais
do que entoar hinos dentro de um templo. Significa provocar uma transformação
positiva, usar o poder do Evangelho para influenciar a sociedade, condenar o
pecado, fazer o bem, pregar a justiça, defender os pobres e oprimidos. Esta é a
nossa missão! É justamente a omissão dos justos que faz com que a injustiça
prevaleça. É tempo da igreja sair de dentro de suas quatro paredes e assumir
funções de liderança em centros comunitários, sindicatos, comitês estudantis,
organizações não governamentais e cargos políticos.
2.
Igreja: falar sobre política sem fazer campanha eleitoral.
É comum que
pastores façam alianças com candidatos, trocando os votos de sua igreja por
algum favor em benefício da congregação local. Votar em alguém porque tal
pessoa prometeu doar tijolos para a construção do novo templo é simplesmente
insano. Quem pensa que político deve ser eleito para defender os interesses de
uma determinada igreja, ainda não sabe o que é política. É preciso compreender
a real função de cada cargo nas estâncias municipal, estadual e federal e
escolher os candidatos com base na sua capacidade em exercer essa função.
Pastores e líderes
espirituais que usam sua influência para formar verdadeiros “currais
eleitorais” estão traindo o ministério para o qual foram chamados. O púlpito de
uma igreja é um lugar profético e não deve ser usado como palanque de
candidatos.
Isso não significa
que a igreja deve se limitar a falar somente sobre assuntos estereotipados como
“espirituais”. Não somos deste mundo, mas vivemos nele. Sendo assim, penso que
o púlpito precisa sim orientar o povo a viver o cristianismo na prática,
ensinando o que a Bíblia diz sobre ética, política, trabalho, sistema de
governo, leis, relações internacionais, meio ambiente, etc, etc, etc.
3. Conheça
bem os candidatos e vote com sabedoria.
Não vote em alguém
só porque é famoso ou tem boa aparência. O que faz um bom político não é a
elegância ou o estrelismo, mas seriedade, competência, experiência e
compromisso social.
Não escolha um
candidato apenas porque ele freqüenta uma igreja evangélica. Ser membro de uma
igreja não significa que a pessoa é cristã, e ser cristão não significa que a
pessoa tem vocação para a política. Com certeza, o temor de Deus é prerrogativa
essencial no caráter de qualquer pessoa, mas é preciso mais do que isso para
exercer um cargo político.
Escolha pessoas
com integridade moral. Essa história de que “rouba, mas faz” e “é corrupto, mas
ajuda muita gente” não condiz com os critérios que devemos adotar. Devemos
lutar para que os representantes dos poderes executivo, legislativo e
judiciário no nosso país sejam defensores dos princípios e valores que nós
defendemos: honestidade, justiça, família, liberdade religiosa… Votar em
pessoas que defendem o aborto, a legalização do jogo e das drogas, a
pornografia e a oficialização do casamento homossexual, por exemplo, contraria
aquilo em que acreditamos.
Cuidado com
pastores e cantores evangélicos que decidem se candidatar. O Ministro do
Evangelho foi chamado por Deus para pregar, pastorear, evangelizar, fazer
discípulos, batizar, ensinar, curar. Não se trata de uma profissão, mas uma
missão. Engajar-se na política pode fazer com que a pessoa perca o foco dessa
missão e termine por não fazer nem uma coisa nem outra.
Não vote em alguém
somente para não “perder o voto” ou para mostrar indignação. Escolher o
candidato apenas com base nos resultados das pesquisas é uma omissão
vergonhosa, onde se encaixa a velha descrição de “Maria-vai-com-as-outras”. Por
outro lado, votar em quem você acha ridículo como forma de protesto só vai
contribuir para que esses “ridículos” assumam o controle do país. Sejamos
responsáveis e usemos a inteligência que Deus nos deu para votar com
discernimento e consciência.
Não decida seu
voto com base em promessas de campanha. Falar é fácil. Todos prometem investir
em saúde, educação e segurança. Os discursos são feitos de acordo com aquilo
que o povo quer ouvir. Gaste um tempo conhecendo o passado de cada candidato,
sua capacidade administrativa, competência política, realizações e experiências
naquela área.
Conclusão
Que possamos
glorificar a Deus exercendo a nossa cidadania com esperança e responsabilidade.
Escolher pessoas
com capacidade política e princípios cristãos é o nosso desafio em cada
processo eleitoral. Nem sempre vamos acertar, mas o importante é não desistir.
Afinal, não poder fazer tudo não justifica não fazer nada.
Texto: Pra. Marcia Rezende
Fonte: Ser Igreja
ACHO MUITO BOM ESTA POSTAGEM,POIS OS CRENTES DEVEM ESTAR POR DENTRO DE TUDO PARA ASSIM VOTAREM COM SABEDORIA.PARABÉNS!
ResponderExcluirVISITE-NOS http://pasparaasnacoes.blogspot.com.br/
Bela postagem, muitas coisas hoje poderiam ser diferentes se os cristãos tivessem "se metido" mais em várias áreas da nossa sociedade.
ResponderExcluirParabéns.
http://cristaneando.blogspot.com.br/2012/10/vigie-sua-lingua.html
Encontrei seu blog e é uma honra estar a ver e ler o que escreveu, quero felicitar-vos, pois é um bom blog,na verdade se não forem os crentes a dar um bom exemplo quem o dará?Se não tomarmos os lugares de destaque outros os tomarão, se não herdarmos a terra outros a herdarão. Há quem não goste de politica na igreja, mas Deus levantava homens para liderar a terra.Eu acredito que podemos dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus,feito na sabedoria e na graça de Deus tudo se encaixa.
ResponderExcluirQuero aproveitar a oportunidade para partilhar o meu blog : Peregrino E Servo. Vou ficar muito feliz se tiver a gentileza de fazer uma visita ao meu blog.
PS. Se seguir, fique a saber que irei seguir também seu blog, se o conseguir encontrar.
António Batalha.
Jesus não era deste mundo, logo também desde que alcançamos a sua misericórdia em segui-lo, também não seremos mais, não podemos nos misturar com política até porque a mesma rege sobre povos com diferentes credos religiosos.
ResponderExcluirUma coisa é certa para o verdadeiro cristão: Aguardemos ansiosos o retorno de nosso salvador para nos levar a verdadeira pátria amada e tão esperada se assim formos fiéis até nossos últimos dias sobre esta terra que já está posta para o derradeiro juízo, e por fim a destruição.